Coliseu de Roma
O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, deve
seu nome à expressão latina Colosseum (ou Coliseus, no latim
tardio), devido à estátua colossal de Nero, que ficava perto a
edificação. Localizado no centro de Roma, é uma excepção de entre os
anfiteatros pelo seu volume e relevo arquitectónico. Originalmente capaz de
abrigar perto de 50 000 pessoas, e com 48 metros de altura, era usado para
variados espetáculos. Foi construído a leste do forúm romanos e demorou entre
oito a dez anos a ser construído.
O Coliseu foi utilizado durante aproximadamente 500 anos, tendo sido o
último registro efetuado no século XI da nossa era, bastante depois da queda de
Roma em 476. O edifício deixou de ser usado para entretenimento no começo da Idade media, mas foi mais tarde usado como
habitação, oficina, forte, pedreira, sede de ordens religiosas e templo
cristão.
Embora esteja agora em ruínas devido a terremotos e pilhagens, o Coliseu
sempre foi visto como símbolo do inperio romano, sendo um dos melhores exemplos
da sua arquitectura. Actualmente é uma das maiores atrações turísticas em Roma
e em 7 de julho de 2007 foi eleita umas das “ sete maravilhas do mundo moderno ".
Além disso, o Coliseu ainda tem ligações à igreja, com o Papa a liderar a
procissão da Via sacra até ao Coliseu todas as
Sexta feira santa.
Em dezembro de 2011 fragmentos da construção passaram a cair em vários
dias. A construção tem 3 mil fissuras catalogadas e deve ser restaurada a
partir de março de 2012.
História da construção
O Coliseu de Roma foi construído entre 70 e 90 d.C. Iniciado por Vespasiano de 68 a 79 d.C., mais tarde foi inaugurado
por Tito por volta de 79 a 81 d.C., embora apenas tivesse sido
finalizado poucos anos depois. Empresa colossal, este edifício, inicialmente,
poderia sustentar no seu interior cerca de 50 000 espectadores, em três
andares. Durante o reinado de Alexandre
Severo e Gordiano III, foi ampliado com um quarto andar, podendo abrigar
então cerca de 90 000 espectadores. Finalmente foi concluído por Domiciano, filho de Vespasiano e irmão mais novo de Tito, por volta de 81 a 96 d.C.
A construção começou sob ordem de Vespasiano numa área que se encontrava
no fundo de um vale entre as colinas de Celio, Esquilino e Palatino. O lugar fora devastado pelo Grande incêndio de Roma do ano 64, durante a época de governo do imperador Nero, e mais tarde havia sido reurbanizado para o prazer pessoal do
imperador com a construção de um enorme lago
artificial, da Domus Aurea (em latim, "casa dourada"),
situada num complexo de uma villa, e de uma colossal estátua de
si mesmo.
Vespasiano, fundador da dinastia
Flaviana, decidiu
aumentar a moral e auto-estima dos cidadãos
romanos e também
cativá-los com uma política de pão e
circo, demolindo o palácio de Nero
e construindo uma arena permanente para espectáculos de gladiadores, execuções
e outros entretenimentos de massas. Vespasiano começou a sua própria
remodelação do lugar entre os anos 70 e 72, possivelmente financiada com os tesouros
conseguidos depois da vitória romana na Grande Revolta Judaica, no ano 70. Drenou-se o lago e o lugar foi
designado para o Coliseu. Reclamando a terra da qual
Nero se apropriou para o seu anfiteatro, Vespasiano conseguiu dois objectivos:
Por um lado realizava um gesto muito popular e por outro colocava um símbolo do
seu poder no coração da cidade. Mais tarde foram construídos uma escola de
gladiadores e outros edifícios de apoio dentro das antigas terras da Domus Aurea, a maior parte da qual havia sido derrubada.
Vespasiano morreu mesmo antes de o Amphitheatrum Flavium ser
concluído. O edifício tinha alcançado o terceiro piso e Tito foi capaz de
terminar a construção tanto do Coliseu como dos banhos públicos adjacentes (que são conhecidos como as Termas de Tito) apenas um ano depois da morte de Vespasiano. A grandeza deste monumento testemunha verdadeiramente o poder e
esplendor de Roma na época dos Flávios.
Utilizações do Coliseu
Jogos inaugurais do Coliseu
Os jogos inaugurais do Coliseu tiveram lugar ano 80 d.C., sob o mandato de Tito, para celebrar a finalização da construção. Depois do curto reinado de Tito começar com vários meses de desastres, incluindo a erupção do Vesúvio, um incêndio em Roma e um surto de "peste", o mesmo imperador
inaugurou o edifício com jogos pródigos que duraram mais de cem dias, talvez
para tentar apaziguar o público romano e os deuses. Nesses jogos de cem dias
teriam ocorrido combates de gladiadores, "venationes", lutas de
animais, execuções, batalhas navais, caçadas e outros divertimentos numa escala
sem precedentes.
Espetáculos
No Coliseu eram realizados diversos espectáculos, com os vários jogos
realizados na urbe. Os combates entre gladiadores, chamados muneras, não
eram pagos pelo Estado, mas sim por indivíduos em
busca de prestígio e poder.
Outro tipo de espetáculos era a caça de animais, ou venatio, onde
eram utilizados animais selvagens importados de África. Os animais mais
utilizados eram os grandes felinos como leões, leopardos e panteras, mas
animais como rinocerontes, hipopótamos, elefantes, girafas, crocodilos e
avestruzes eram também utilizados. As caçadas, tal como as representações de
batalhas famosas, eram efetuadas em elaborados cenários onde constavam árvores
e edifícios amovíveis. Estas últimas eram por vezes representadas numa escala
gigante; Trajano celebrou a sua vitória em Dácia no ano 107 com concursos envolvendo 11
000 animais e 10 000 gladiadores no decorrer de 123 dias.
Segundo o documentário produzido pelo canal televisivo fechado History Channel, o Coliseu também era utilizado para a realização
de naumaquias, ou batalhas navais. O coliseu era inundado por dutos
subterrâneos alimentados pelos aquedutos que traziam água de longe.
Passada esta fase, foi construída uma estrutura, que é a que podemos ver hoje
nas ruínas do Coliseu, com altura de um prédio de dois andares, onde no passado
se concentravam os gladiadores, feras e todo o pessoal que organizava os duelos
que ocorreriam na arena. A arena era como um grande palco, feito de madeira, e
se chama arena, que em italiano significa areia, porque era jogada areia sob a
estrutura de madeira para esconder as imperfeições. Os animais podiam ser
inseridos nos duelos a qualquer momento por um esquema de elevadores que
surgiam em alguns pontos da arena; o filme "Gladiador" retrata o
funcionamento dos elevadores. Os estudiosos, há pouco tempo, descobriram uma
rede de dutos inundados por baixo da arena do Coliseu. Acredita-se que o Coliseu
foi construído onde, outrora, foi o lago do "Palácio Dourado de
Nero"; O imperador Vespasiano escolheu o local da construção para que o
mal causado por Nero fosse esquecido por uma construção gloriosa.
Sylvae, ou recreações de cenas
naturais eram também realizadas no Coliseu. Pintores, técnicos e arquitectos
construiriam simulações de florestas com árvores e arbustos reais plantados no
chão da arena. Animais seriam então introduzidos para dar vida à simulação.
Esses cenários podiam servir só para agrado do público ou como pano de fundo
para caçadas ou dramas representando episódios da mitologia romana, tão autênticos quanto possível, ao ponto de
pessoas condenadas fazerem o papel de heróis onde eram mortos de maneiras
horríveis mas mitologicamente autênticas, como mutilados por animais ou
queimados vivos.
Embora o Coliseu tenha funcionado até o século VI, foram proibidos os jogos com
mortes humanas desde 404, sendo apenas massacrados
animais como elefantes, panteras ou leões.
Os cristãos e o Coliseu
Os relatos romanos referem-se a cristãos sendo martirizados em locais de Roma descritos pouco
pormenorizadamente (no anfiteatro, na arena...), quando Roma tinha numerosos
anfiteatros e arenas. Apesar de muito provavelmente o Coliseu não ter sido
utilizado para martírios, o Papa Bento
XIV consagrou-o no século XVII à Paixão de Cristo e declarou-o lugar sagrado. Os trabalhos de
consolidação e restauração parcial do monumento, já há muito em ruínas, foram
feitos sobretudo pelos pontífices Gregório XVI e Pio IX, no século XIX.
Utilização no fim do Império Romano do Ocidente
O monumento permaneceu como sede principal dos espetáculos da urbe
romana até o período do imperador Honório, no século V. Danificado por um terremoto no começo do mesmo século, foi alvo de uma
extensiva restauração na época de Valentiniano
III. Em meados do século XIII, a família Frangipani transformou-o em fortaleza
e, ao longo dos séculos XV e XVI, foi por diversas vezes saqueado, perdendo grande parte dos materiais
nobres com os quais tinha sido construído.
Arquitetura e dimensão social
O Coliseu, como não estava inserido numa zona de encosta, enterrado, tal
como normalmente sucede com a maioria dos teatros e anfiteatros romanos. Em vez disso, possuía um "anel"
artificial de rocha à sua volta, para garantir sustentação e, ao mesmo tempo,
esta substrutura serve como ornamento ao edifício e como condicionador da
entrada dos espectadores. Tal como foi referido anteriormente, possuía três
pisos, sendo mais tarde adicionado um outro. É construído em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros).
A sua planta elíptica mede dois eixos que se
estendem aproximadamente de 190 metros por 155 metros. A fachada compõe-se de
arcadas decoradas com colunas dóricas, jónicas e coríntias, de acordo com o pavimento em
que se encontravam. Esta subdivisão deve-se ao facto de ser uma construção
essencialmente vertical, criando assim uma diversificação do espaço.
A arena (87,5 m por 55 m) possuía um piso de madeira, normalmente
coberto de areia para absorver o sangue dos combates (certa vez foi colocada
água na representação de uma batalha naval), sob o qual existia um nível
subterrâneo com celas e jaulas que tinham acessos diretos para a arena.Alguns
detalhes dessa construção, como a cobertura removível que poupava os
espectadores do sol, são bastante interessantes, e mostram o refinamento
atingido pelos construtores romanos. Formado por cinco anéis concêntricos de arcos abóbadas, o Coliseu representa bem o
avanço introduzido pelos romanos à engenharia de estruturas. Esses arcos são de
concreto (de cimento natural) revestidos
por alvenaria. Na verdade, a alvenaria era
construída simultaneamente e já servia de forma para a concretagem.
Os assentos eram em mármore e a cavea, escadaria
ou arquibancada, dividia-se em três partes,
correspondentes às diferentes classes sociais: o podium, para as classes altas; as maeniana, sector destinado à classe média; e os portici,
ou pórticos, construídos em madeira, para a plebe e as mulheres. O pulvinar, a tribuna imperial, encontrava-se situada no podium e era balizada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados. Rampas no interior do edifício facilitavam o acesso às
várias zonas de onde podiam visualizar o espectáculo, sendo protegidos por uma
barreira e por uma série de arqueiros posicionados numa passagem de madeira,
para o caso de algum acidente. Por cima dos muros ainda são visíveis as mísulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de lona destinada a proteger do
sol os espectadores e, nos subterrâneos, ficavam as jaulas dos animais, bem
como todas as celas e galerias necessárias aos serviços do anfiteatro.
Influência do Coliseu
O Coliseu era sobretudo um enorme instrumento de propaganda e difusão da
filosofia de toda uma civilização, e tal como era já profetizado pelo monge e
historiador inglês Beda na sua obra do século VII "De temporibus liber": "Enquanto o
Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma ruirá e quando Roma cair, o mundo cairá".
O Coliseu é conhecido como o maior símbolo da cidade de Roma, e um dos
melhores exemplos da engenharia e da arquitetura romana.
Representações na cultura
No
filme Gladiador, de 2000, de Ridley
Scott, o Coliseu foi recriado
via computação gráfica para
"restaurá-lo" à glória do século II. A
imagem do edifício é geralmente acurada e dá uma boa impressão de como o hypogeum
(porão) teria sido.
O Coliseu hoje
O coliseu atualmente é a maior atração turística de Roma, com milhares
de turistas pagando para ver o interior da arena, embora a entrada seja
subsidiada para cidadãos europeus, e grátis para europeus menores de 18 e
maiores de 65 anos
O Coliseu é lugar de cerimônias da Igreja
Católica no século XX e século XXI. Por exemplo, a Via Crúcis, cerimônia realizada na Sexta-Feira
Santa, tem uma das estações no
Coliseu.
Fontes: Coliseu de Roma , Outras imagens , Dentro do Coliseu
Componentes: Amanda, Claudio, Lucas Lima, Geane.
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